sábado, 27 de junho de 2009

Soneto VI - Dante Milano

Não sei de que cansaços me proveio

O peso que carrego sobre os ombros.

Sou como quem depois de um bombardeio,

Se levanta no meio dos escombros.

E sente a dor das pedras rebentadas,

Mais alta que o grito das criaturas

A dor do chão, dos muros, das calçadas,

De onde o pranto não brota, dores duras.

O único alívio é olhar o céu sem fundo,

O véu de sonho que recobre o mundo,

E absorve, esbate, anula realidade

Sob a expansão do azul intenso e forte.

Dor sem fim, olhar calmo além da morte,

Não desespero, sim perplexidade!

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